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Cap.13 - Automatização

13.1 - Introdução

A automação de um sistema de rega é uma ferramenta essencial para aplicar a água na quantidade necessária e no momento certo para sustentar a produção agrícola e para alcançar altos níveis de eficiência na água, energia e produtos químicos por ela veiculados.

A automação dos sistemas de rega tem evoluído ao longo dos tempos, passando, nos primeiros tempos, pelo uso de controladores da rega – temporizadores – mecânicos e electromecânicos, e, hoje em dia recorrendo a sistemas, por vezes, complexos e baseados cada vez em sistemas computorizados que permitem o controlo racional, e cada vez mais preciso, da água, energia e agroquímicos, de acordo com as necessidades da cultura e de uma forma ambientalmente sustentável.

 

13.2 - Conceitos e objectivos

Automação é um sistema automático de controlo pelo qual os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, efectuando medições e introduzindo correcções, sem a necessidade da interferência do homem, ou seja, é a aplicação de técnicas computadorizadas ou mecânicas para diminuir o uso de mão de obra em qualquer processo, neste caso, na rega, com a finalidade de torná-lo mais eficiente com menor consumo de energia, menor emissão de resíduos e melhores condições de segurança diminuir os custos e aumentar a velocidade do processo.

O termo automatização, que aparece muitas vezes como sinónimo de automação, poderá ser usado como uma estratégia de automação que comporta um uso extensivo de computadores com vista à integração não só das actividades físicas da do processo – rega - (como acontece com a automação), mas também das actividades de processamento da informação, articulando-as. (Wikipédia).

Neste livro usar-se-á apenas o termo automatização em tudo o que se referir à supressão total ou parcial da intervenção humana na execução de determinadas tarefas numa rede de rega.

O grau de automatização dependerá, em grande medida, dos objectivos do dono e/ou gestor da obra, do grau de rigor exigido na gestão e controlo do sistema de rega, da dimensão da área a regar, da qualificação profissional dos técnicos encarregados da gestão do sistema de rega, da existência de um serviço técnico que dê apoio à resolução dos problemas que surjam e, em suma, de um estudo técnico-económico adaptado às condições específicas de cada exploração agrícola, e finalmente, do orçamento disponível.

Por outro lado, o grau de automatização poderá ainda depender do tipo de rede de rega – rede de rega individual ou colectiva -, e como tal, do objectivo principal, já que:

  • No caso da rega individual (ao nível de uma exploração agrícola) o objectivo principal poderá ser controlar a oportunidade e a dotação de rega em função de condicionantes climáticas, e/ou do solo, e/ou da planta, pelo que a automatização poderá ser assente num conjunto de sensores que fornecem informação, num programador, que “pensa” e toma decisões, e num conjunto de válvulas que, actuadas hidráulica ou electricamente, executa as operações.
  • No caso da rega colectiva (ao nível de um perímetro de rega – conjunto de várias explorações agrícolas) o objectivo principal poderá ser execução, controlo e verificação de um conjunto de actuações relacionadas com a disponibilização e facturação da água ao nível de todo o sistema hidráulico, pelo que a automatização poderá ser assente num centro de controlo central e numa rede de unidades de campo que controlam remotamente cada um dos hidrantes dispersos.

Assim poder-se-ão definir três grandes níveis de automatização:

  • 1ª Fase – nível zero
    • Activação manual de equipamentos
  • 2ª Fase - nível intermédio
    • Activação remota de equipamentos (temporizadores)
      • Motores de bombas
      • Válvulas de sectores
  • 3ª Fase – nível máximo
    • Activação remota de equipamentos (microprocessadores)
      • Motores de bombas
      • Válvulas de sector
      • Controlo exaustivo da água e fertilizantes
      • Registo das operações e eventos
      • Detecção de anomalias
      • Envio de mensagens e interactividade com o sistema.

A automatização depende dos automatismos que são dispositivos que executam, sem a intervenção humana, um conjunto de tarefas de um processo, para os quais estão programados.

Os automatismos poderão ser actuados de uma forma mecânica, eléctrica, electrónica, hidráulica, ou pneumática, dependendo do tipo de força usada para o seu funcionamento, e são, de uma forma geral, constituídos por:

  • Fonte de energia - que disponibiliza energia aos diferentes constituintes do automatismo;
  • Dispositivos de entrada – constituídos por sensores, interruptores, pulsadores, etc., que fornecem informação a um circuito de comando;
  • Circuito de comando – que gere os dispositivos de potência (relés, contactores, transístores, etc.) de acordo com condições pré-estabelecidas e na sequência da informação dos dispositivos de entrada;
  • Dispositivos de potência – cuja função é abrir, ou fechar a passagem de energia aos actuadores sobre os quais actuam (motores eléctricos, dispositivos pneumáticos, etc.);
  • Dispositivos de sinalização – cuja função é sinalizar a parte activa do circuito que sinalizam e a possível detecção de eventuais anomalias no funcionamento do automatismo. Para esta sinalização utilizam normalmente díodos LED.

 

ÍNDICE

13 - AUTOMATIZAÇÃO   1185

13.1 - Introdução   1185

13.2 - Conceitos e objectivos  1185

13.3 – Vantagens  1186

13.4 - Princípios básicos  1187

13.4.1 – Considerações gerais. 1187

13.4.2 - Componentes dos sistemas de controlo. 1188

13.4.2.1 - Introdução. 1188

13.4.2.2 - Sensores. 1188

13.4.2.3 - Actuadores. 1188

13.4.2.4 - Unidades de controlo. 1188

13.4.2.5 – Protecções e alarmes. 1188

13.5 – Automatização da rega   1188

13.5.1 - Introdução. 1188

13.5.2 – Elementos do sistema de automatização. 1188

13.5.2.1 – Elementos de gestão. 1188

13.5.2.1.1 – Programadores. 1188

13.5.2.1.2 – Sistemas de controlo baseados em autómatos do tipo PID.. 1188

13.5.2.1.3 – Sistemas de controlo baseados em autómato do tipo PLC. 1188

13.5.2.1.2 – Sistemas de controlo baseados em computador. 1188

13.5.2.2 – Elementos de comunicação. 1188

13.5.2.2.1 – Cabo. 1188

13.5.2.2.2 – Rádio. 1188

13.5.2.2.3 – Telefone móvel 1188

13.5.2.2.4 – Misto. 1188

13.5.2.2 – Elementos de controlo, regulação e segurança. 1188

13.5.2.2.1 – Válvulas hidráulicas. 1188

13.5.2.2.2.1 - Introdução. 1188

13.5.2.2.2.2 – Regulação da velocidade de abertura e fecho da válvula hidráulica. 1188

13.5.2.2.2.3 – Principais tipos de válvulas hidráulicas. 1188

13.5.2.2.2 – Electroválvulas. 1188

13.5.2.2.2.1 – Considerações gerais. 1188

13.5.2.2.2.2 – Funções de regulação. 1188

13.5.2.2.2.2.1 – Princípio de regulação. 1188

13.5.2.2.2.2.2 - Válvula redutora de pressão. 1188

13.5.2.2.2.2.3 - Válvula sustentadora de pressão. 1188

13.5.2.2.2.2.4 - Válvula sustentadora/reguladora de pressão. 1188

13.5.2.2.2.2.4 - Válvula reguladora/limitadora de caudal 1188

13.5.2.2.2.3 – Funções de protecção. 1188

13.5.2.2.2.3.1 - Introdução. 1188

13.5.2.2.2.3.2 – Válvulas de alívio rápido. 1188

13.5.2.2.2.3.3 – Válvula antecipadora de onda. 1188

13.5.2.2.2.3.4 – Válvula de controlo da bomba. 1188

13.5.2.2.2.3.5 – Válvula de excesso de caudal 1188

13.5.2.2.2.4 – Funções de controlo. 1188

13.5.2.2.2.4.1 – Válvulas de controlo do nível de reservatórios. 1188

13.5.2.2.2.4.2 – Válvulas de controlo da altitude. 1188

13.5.3 - Automatização da rega por gravidade. 1188

10.5.3.1 - Considerações Gerais. 1188

10.5.3.2 - Sistemas de Distribuição. 1188

10.5.3.2.1 - Sistema de Distribuição em Tubagem.. 1188

10.5.3.2.2 - Sistema de Distribuição em Canal 1188

13.5.4 - Automatização de um sistema de rega por aspersão. 1188

13.5.4.1 – Sistemas fixos, semi-fixos ou totalmente móveis. 1188

13.5.4.2 – Sistemas de movimento contínuo – pivot/lateral móvel 1188

13.5.5 – Automatização dos sistemas de rega localizada. 1188

13.5.5.1 - Introdução. 1188

13.5.5.2 - Automatização da lavagem dos filtros. 1188

13.5.5.2.1 – Considerações gerais. 1188

13.5.5.2.2 - Automatização do processo de limpeza. 1188

13.5.5.3 - Automatização da fertirrega. 1188

13.5.6 – Automatização da estação de bombagem... 1188

13.5.6.1 – Considerações gerais. 1188

13.5.6.2 – Estação de bombagem instalada num furo. 1188

13.5.6.3 – Estação de bombagem instalada num reservatório a elevar a uma altura constante  1188

13.5.6.4 – Estação de bombagem que alimenta directamente a rede de rega em pressão  1188

13.5.7 – Automatização integral do sistema de rega. 1188

13.6 - Telecontrolo   1188

13.6.1 - Introdução. 1188

13.6.2 – Características de um sistema de telecontrolo. 1188

13.6.3 – Objectivos dos sistemas de telecontrolo em rega. 1188

13.6.4 - Níveis de Telecontrolo. 1188

13.6.5 – Funções básicas de um sistema de telecontrolo. 1188

13.6.6 – Configuração geral de um sistema de telecontrolo. 1188

13.6.7 – Pontos fracos de um sistema de telecontrolo. 1188

13.6.8 - Considerações finais. 1188